Imóveis abandonados: Um grande risco à saúde pública em Paranaguá

Casa vira esconderijo para marginais e usuários de drogas

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Eles estão por toda parte, desde os bairros mais afastados da cidade até na área central. Os imóveis abandonados fazem parte da realidade de muitas cidades do nosso país e em Paranaguá não é diferente.

Basta passear pelas ruas da cidade e prestar atenção para identificar estes espaços sem utilização, que no passado foram casas, pontos comerciais ou apenas esqueletos de obras inacabadas.

O que é preocupante, são os riscos oferecidos por estes espaços, que servem como depósito de lixo, hospedeiros de animais peçonhentos, esconderijo para criminosos e usuários de drogas, além de reunirem condições ideais para a proliferação do mosquito transmissor da dengue, doença cujos números só tem aumentado em Paranaguá.

Em plena região central da cidade, na Rua dos Expedicionários, essa casa está abandonada há anos, hoje sem portas, portões ou janelas, o acesso é livre, inclusive no momento em que tiramos a foto, é possível ver o carrinho de um coletor de recicláveis.

Até um cadáver em decomposição já foi achado neste imóvel

Segundo relatos dos moradores da região, a situação é bastante crítica, recentemente, algumas pessoas que estavam no imóvel teriam acendido uma fogueira para se aquecer de frio e foram embora deixando o fogo para trás, houve princípio de incêndio e os bombeiros precisaram ser acionados. Além dos constantes furtos e perturbação de sossego especialmente durante a noite. Nesta mesma casa, há alguns anos, foi achado um cadáver em decomposição, na época, foi descoberto que se tratava de um usuário de drogas, que estava abrigado no local.

Na Rua Teodorico dos Santos, no Bairro Costeira, temos outro exemplo de imóvel abandonado. O local já foi usado como residência e até como ponto comercial, inativo há quase um ano, ele vem tirando o sossego dos moradores da região, considerada uma área nobre da cidade. Sem muro alto para evitar o acesso de usuários de drogas e pessoas em situação de rua e com o mato alto, o local causa muita insegurança para quem mora ou precisa passar por ali.

Local é usado como abrigo de usuário de drogas e pessoas em situação de rua

Esses dois espaços são apenas pequenos exemplos, a cidade está repleta de lugares semelhantes, que colocam em risco à saúde e integridade física dos parnanguaras que fazem a sua parte, pagando os impostos e cuidando dos seus imóveis.

É claro que é necessário que haja conscientização dos responsáveis por estes locais em tomar providências, mas segundo um artigo publicado pelo site JusBrasil, a Constituição Federal através do artigo 182, atribui aos administradores dos municípios, a responsabilidade de cobrar e impor perante a lei, que os proprietários destes lugares busquem soluções para o problema.

“O dever de imprimir políticas públicas de ordenação dos espaços urbanos, condicionando e delimitando o efetivo exercício do direito de usar, gozar e dispor dos imóveis pelo próprio poder público e, notadamente, pelos particulares, em nome dos citados princípios encartados no mencionado artigo constitucional, bem como por força da norma fundamental que eleva a supremacia do interesse coletivo sob o individual”, ressalta o artigo.

Vale lembrar que na última terça-feira (20/05), foi emitido mais um boletim epidemiológico da dengue, pela Secretaria de Estado da Saúde. Os números apontam 224 novos casos registrados em todo litoral, sendo: 48 em Antonina, 02 em Guaraqueçaba, 15 em Guaratuba, 01 em Matinhos, 125 em Paranaguá e 33 em Pontal do Paraná. O boletim é referente aos últimos sete dias, anteriores ao dia 20.

Ao todo, nossa região acumula 3.042 casos desde agosto de 2020 e dois óbitos, ambos da cidade de Paranaguá. Por isso, os cuidados com os espaços abandonados devem ser redobrados, evitando assim, que estas estatísticas cresçam ainda mais.