Quem mora em Paranaguá, ou se interessa pela cultura caiçara, com certeza já ouviu falar do fandango.
Mais que uma mistura de música e dança, o fandango faz parte das raízes culturais da cidade e não é para menos, ele chegou por volta de 1750 ao litoral do Paraná por meio dos colonos Açorianos.
Aos poucos, conquistou os nossos ancestrais e passou a ser “batido” especialmente durante o “entrudo”, período que antecedia o carnaval.
Durante os quatro dias do “entrudo”, o povo caiçara batia o tamanco e junto com o fandango, apreciava o saboroso barreado, comida típica e outra parte importante da nossa cultura.
Para conhecer um pouquinho mais sobre o Fandango, o Portal E+ Notícias conversou com quem entende tudo do assunto, Mestre Zeca fundador do grupo Viola Afinada, da Ilha dos Valadares. Confira a entrevista!
Quando foi iniciada a sua ligação com o fandango?
Desde criança eu toco fandango por influência do meu pai, ele era fandangueiro. Eu acompanhava meus pais nos bailes de fandango e ficava encantado vendo os violeiros tocando, a primeira rabeca que fiz eu tinha apenas 13 anos. Para quem não sabe, a Rabeca é um instrumento parecido com o violino, é considerado o principal instrumento do fandango.
Essa tradição é muito forte na Ilha dos Valadares, não é mesmo?
Sou natural de Guaraqueçaba, do Salto do Morato, mas aqui na Ilha dos Valadares a tradição é muito forte. Atualmente temos seis grupos, são todos ótimos, o principal é o grupo do Mestre Romão que é considerado o percursor do fandango por aqui.
Como é ser responsável por uma missão tão importante que é a perpetuação do fandango no litoral do Paraná?
Fico muito emocionado de passar o fandango para frente, o fandango e o barreado são peças fundamentais da nossa cultura caiçara. O fandango tem até uma moda que é “O fandango Deus deixou para a alegria da pobreza, quem se mete com fandango não se lembra da riqueza” ( risos).