Adoção: quando o amor de mãe nasce primeiro no coração

Ela com a mãe: “Fui escolhida por Deus para ser mãe da Manu”

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O ano é 1993. Uma amiga de trabalho engravidou e disse a Vera Lúcia Fernandes Teixeira que não teria condições de ficar com a criança, e que a entregaria para uma família. Neste momento, começou o amor de Vera pela sua filha, Emanuelli Fernandes Teixeira, carinhosamente chamada pela família e amigos de Manu.

Emanuelli quanto tinha quatro meses

Vera expressou a amiga que também tinha intenção de ficar com o bebê, e, uma semana depois, a mãe biológica disse que a outra família havia desistido da adoção e que, assim que nascesse, entregaria a criança para Vera e seu esposo. Nesta época eles já tinham um filho de 5 anos. Ela então, começou os preparativos para a chegada da nova integrante da família, que nasceu em uma data muito especial. “Daí comecei a fazer o enxoval, só que, na época, não tínhamos condições de saber o sexo do bebê, tivemos que esperar até o dia do parto. Por coincidência ela nasceu no dia do nosso aniversário de casamento, 19 de dezembro. Foi uma bênção”, contou Vera. Logo após o nascimento, e com o consentimento da família biológica, eles oficializaram a documentação e receberam a guarda oficial de Emanuelli.

Alguns meses se passaram, e Vera e seu esposo tiveram uma surpresa: Manu era especial. “Quando ela tinha uns quatro meses comecei a perceber que ela era muito molinha, diferente das outras crianças. Na sequência ela começou a ter ataques epiléticos, e imediatamente procuramos ajuda médica e descobrimos que as convulsões aconteciam devido a problemas de saúde que sua mãe biológica teve na gestação, e nós não sabíamos. Essas complicações acabaram afetando o cérebro, fazendo com que a mobilidade da Manu fosse prejudicada”.

Ela recebeu orientações da equipe médica para que procurasse profissionais que pudessem ajuda a criança no seu desenvolvimento. Vera, então, matriculou a filha na APAE Paranaguá. Lá, além da doença já diagnosticada pelos médicos, foi descoberto que Emanuelli também era autista. “Ela começou a falar alguma coisa quando tinha 3 anos, começou a andar com 5 anos. Aos 6 anos as crises epiléticas acalmaram e veio o susto, com a notícia que Manu também era autista. Foi difícil, mas vencemos”, afirma a mãe do coração.

A mãe afirma que a filha é sua companheira em tudo.

Atualmente Emanuelli já é adulta, e acompanha a mãe e os familiares em todas as atividades possíveis. “Hoje ela tem 27 anos, mas a mente de uma criança. Adora passear e ir a escola. Manu é minha companheira em tudo, é meu presente de Deus. Desde que soube que ela iria vir ao mundo, mesmo sem saber se era menino ou menina, e das dificuldades que enfrentaríamos, senti o amor de mãe nascer dentro de mim. Ser mãe de uma criança especial é para poucas, fui escolhida a dedo por Deus”.