Acontece nos dias 17 e 18 de março, a entrega da revitalização de três pontos turísticos de Antonina

Foto- Paraná Portal

Gostou deste conteúdo? compartilhe...

Facebook
WhatsApp
Email

Nos dias 17 e 18 de março, acontece em Antonina três importantes inaugurações que devem trazer um fôlego extra para o turismo da região.

No dia 17, haverá a entrega da revitalização da Praça Feira Mar, às 15 horas e do Theatro Municipal a partir das 15h30. As solenidades vão contar com a apresentação da Orquestra Show .

Já no dia 18 de março, a partir das 11 horas, acontece um dos momentos mais esperados pelos moradores e apaixonados pela história e cultura de Antonina. Haverá a entrega da obra de restauração do Armazém Macedo. O restauro foi possível graças ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Os valores investidos nas obras foram os seguintes:

– PRAÇA FEIRA MAR

Valor da Obra: 492.000,00

– THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA

Valor da obra: R$634.000,00

– ARMAZÉM MACEDO

Valor da obra: R$7.200.000,00

Confira um pouco da importância histórica dos espaços que passaram por revitalização em Antonina:

Antiga Praça Rio Branco (Feira Mar)

Foto- Youtube

Recanto aprazível para passar momentos de descontração sentindo a brisa do mar e de onde se descortinam a bela baia antoninense, seus baixios, embarcações primitivas e motorizadas, e os navios que chegam e partem do ancoradouro, além das serras azuladas que contornam o mar. Por ela tem-se acesso ao trapiche, de onde você pode partir para passeios de barcos especializados pela baia. Possui uma quadra poliesportiva e um busto de bronze de Davi Antonio da Silva Carneiro

Era o local do antigo porto, ou Cais do Aterro, onde empresas embarcadoras, exportadoras e despachantes davam um ritmo de entra e sai de navios, vagões e vagonetes nos “trapiches” (pontes de madeiras e pedras que avançam para o mar).’

Além da ocupação dos armazéns a área toda da praça era ocupada por cargas de exportação e importação, principalmente madeiras.

Entre 1926 e 1930, o porto de Antonina foi considerado o 4oporto exportador do Brasil. Havia 12 trapiches, na região central e mais 2 na região do Itapema, perfazendo cerca de 1000m acostáveis.

Em 1969. O Prefeito Romildo Gonçalves Pereira instalou num dos barracões remanescentes do antigo cais, a 1a Feira Mar, procurando com ela sensibilizar os homens públicos da época expondo as viabilidades econômicas do município.

Essa feira, embora tenha sido única, denominou o local desde então, pois embora a praça oficialmente tenha passado a se chamar “Dr. Romildo Gonçalves Pereira”, é mais conhecida como Feira Mar.

Armazém Macedo

Foto- Fecomércio

As edificações do armazém Macedo integram um dos mais belos cartões postais da Baía de Antonina e datam da fase áurea da economia da cidade, quando serviam de depósito de erva-mate para a famíla Macedo.

A história do Paraná localiza a construção do Armazém Macedo na segunda metade do século XIX, tendo como provável construtor o grande industrial e exportador de erva mate Sr. José Ribeiro de Macedo – Comendador Macedo (1840 – 1917).

Antigo armazém de erva mate, o imóvel localiza-se no antigo ‘cais do aterro’, atualmente praça Dr. Romildo Gonçalves Pereira (Feira Mar), onde funcionava até a década de 60 o porto de Antonina, que chegou a ser reconhecido como quarto porto exportador do Brasil.

Durante décadas, vagões e vagonetes com produtos vindos de serra acima chegavam à entrada do armazém através de trilhos que percorriam algumas ruas da cidade até o cais. Da mesma forma, sacarias trazidas pelos carroções que preenchiam todo espaço do cais do aterro, eram colocadas em grandes prateleiras sobrepostas no interior do armazém.

Com arquitetura eclética e características estéticas neoclássicas a edificação possui ainda algumas soluções construtivas típicas da arquitetura luso brasileira. Quase 2/3 do seu perímetro edificável limita-se com as águas da baía, e em suas ruínas é possível observar a construção primorosa dada ao espaço em que foi construída, com seus belos vãos e porões com a ventilação necessária para o adequado armazenamento das mercadorias.

Considerado o mais importante representante dos áureos tempos de Antonina, o Armazém Macedo é, para a memória da cidade, o testemunho de uma época de grande desenvolvimento econômico, social e cultural, e configura-se como um marco referencial da cidade, onde sua relevância histórica e posição estratégica se somam.

Sua projeção sobre as águas da baia, junto à Feira Mar, aos demais remanescentes do complexo portuário, e à elevação da Matriz de Nossa Senhora do Pilar, compõe um visual notável, sendo uma atração turística ímpar.

O restauro do Armazém Macedo demonstra seu reconhecimento não só como patrimônio cultural de Antonina, mas também como patrimônio cultural nacional.

O restauro do imóvel significa não somente o resgate e valorização de um patrimônio cultural, mas também sua importância para o turismo uma vez que amplia os atrativos da cidade.

A edificação terá uso cultural que visa celebrar a relação do povo de Antonina com o mar. Contém espaços expositivos, auditório, mantendo o caráter das ruínas e seu uso como espaço cênico e contemplativo. Há também um mirante, decks de madeira e um novo trapiche.

Este projeto de restauração reforça o sentimento dos capelistas e a sua percepção da importância e significado desta edificação na vida da cidade, além de reforçar o carinho e orgulho com que o capelista vê o armazém, sua relação com o meio ambiente e a história da cidade.

Theatro Municipal de Antonina

Foto: Blog Pés na Areia

Construído na segunda metade do século XIX, durante a fase áurea da economia de Antonina. Consta que o “Theatro” teria sido construído pela Sociedade Teatral de Antonina, fundada em 1875, sendo que a Prefeitura adquiriu o espaço no início do século XX.

O Theatro foi palco de um grande evento em 24 de abril de 1933, quando aportou na cidade o navio Almirante Jaceguay para uma parada técnica em sua viagem com destino à Argentina, e os principais artistas da era de ouro do rádio brasileiro desembarcaram e fizeram show inesquecível, onde apresentaram-se nomes como Procópio Ferreira, Sílvio Caldas, Luís Barbosa, Aracy de Almeida, Carmen Miranda e o maestro Ary Barroso.

No final do Século XIX, mais precisamente em 1898, Arthur Balster e um grupo de antoninenses, artistas amadores, restauraram um edifício que pertencia a uma sociedade particular em cujo local, após a reforma, nasceu o Theatro Talma.

O Theatro foi o ideal criativo de um grupo de antoninenses que amando a cultura decidiram que Antonina tinha que ter um teatro digno de sua condição de cidade próspera naquela época. Além do Sr. Arthur Balster, foram seus fundadores: Theófilo Soares Gomes, Gustavo Pinheiro, Líbero Guimarães, Flávio Pinto Chichorro, Lauro do Brasil Loyola, Francisco Antonio Marçallo, José Cadilhe, Theófilo Balduino Lopes, Francisco Gonçalves Pinto, José Christovan da Silva, Flávio Pinheiro Lima, Antonio A. da Costa, Antonio Bittencourt, Ana Julieta Gomes e sua irmã, Otávio Rodrigues Branco, Antonio Conceição, José Ferreira de Oliveira, Hipólito Modesto, Nestor Caxias, Antonio Pânfilo, Alfredo Arantes, João Thiago Peixoto, Álvaro Martins, Teolindo Mendes, Francisco Alexandre Sênior, Modestinho Linhares, Juca Storache, Benedito de Aguiar Teixeira, Manoel Martins da Costa, Sinhôca Rocha, Dario Moreira, Janguinho Melo, Álvaro Vianara e muitos outros.

No início do século XX, o prefeito Coronel Theófilo Soares Gomes decidiu requerer a aquisição do edifício para o município. Mas, somente na época em que seu filho Heitor S. Gomes foi prefeito o teatro foi restaurado, sendo realizadas grandes modificações para permitir o uso de cenários modernos, com mobiliário de imbuia. Esta obra foi concluída pelo prefeito sucessor João Ribeiro da Fonseca.

Grandes espetáculos foram realizados. Além dos atores amadores da cidade como José Cadilhe, Flávio Chichorro, Thiago Peixoto e outros, ainda tivemos Wilson Rio Apa, Maria de La Costa, Jaime Costa, Procópio Ferreira, Ítala Ferreira, cantores como Stelinha Egg, Sílvio Caldas, Carmem Miranda, Linda e Dircinha Batista e músicos como Ari Barroso.

Uma das peças apresentadas, um verdadeiro sucesso, foi: “Milagres de Nossa Senhora do Pilar”, cujo autor, Theófilo Soares Gomes foi aclamado em vários teatros da época: Teatro Nhundiaquara, de Morretes, Teatro Santa Celina, de Paranaguá, Teatro São Teodoro, de Curitiba e nos grandes Teatros São Pedro e São José do Rio de Janeiro, sendo a peça aplaudida pelo Barão de Paranapiacaba, Presidente do Conservatório Dramático Imperial do Brasil.

Vamos citar um fato deveras importante para Antonina e para o Theatro. Em 1935, quando a assistência social em Antonina era ajudada pela população através de eventos esportivos e teatrais para colher fundos para amenizar as despesas do Hospital de Caridade de Antonina, apareceu num domingo chuvoso, a Companhia de Artistas do Alhambra do Rio de Janeiro, em excursão para a Argentina, no navio de passageiros e carga “Almirante Jaceguay” do Lloyd Brasileiro, que aportou para descarregar e carregar. Aproveitando a permanência do navio no porto (mais ou menos 6 horas), os artistas e os passageiros desceram em terra para conhecer Antonina. Adoraram a cidade! Conheceram vários pontos como: as igrejas Nossa Senhora do Pilar, São Benedito e Bom Jesus do Saivá, as fontes do Batel e da Carioca, mas o que deixou os artistas extasiados foi o Teatro!

Sua fachada, obra prima de escultura representava instrumentos musicais e figuras de comédia e drama. Sabendo que ali se realizavam espetáculos em benefício do Hospital, resolveram de acordo com o provedor do mesmo, Sr. Álvaro Rodrigues da Costa (Álvaro Paciência) e o empresário do Teatro e aproveitaram o tempo para fazer um festival de última hora onde fariam, “cenas rápidas, anedotas e Espetáculos Artísticos”.

Tudo combinado, às 18 horas, o Teatro lotado. A banda de Música Lira Antoninense, só de menores (a primeira do Paraná), tocando na porta do Teatro atraindo o povo para o espetáculo.

O povo de Antonina teve a oportunidade de assistira artistas como Maria de La Costa, Ítala Ferreira, Jaime Costa e Procópio Ferreira. Viram os “mocinhos” Sílvio Caldas que cantou Faceira, Mesquitinha que cantou “Não tenho um tostão no bolso”, Luiz Barbosa e Almirante contaram piadas. Também cantaram Carmem Miranda, Aurora Miranda, Aracy de Almeida, Linda e Dircinha Batista, todos acompanhados pela orquestra de Ari Barroso, que era o pianista e maestro e cursava Direito. No intervalo do espetáculo o Sr. Izidoro da Costa Pinto solicitou a palavra para agradecer aos artistas pela magnífica representação. Jaime Costa, que estava no palco, pediu, que o futuro advogado Ari Barroso dissesse da alegria deles em colaborar com a assistência social antoninense. Ari Barroso, num belo improviso, exaltou o carinho do povo antoninense que os recebeu de braços abertos e, que para eles foi um prazer colaborar com uma causa tão meritória. Este fato foi mais um dos grandes feitos teatrais ocorrido no antigo e saudoso Theatro Municipal de Antonina.

Com apoio da assessoria de comunicação da Prefeitura de Antonina