Um número significativo de casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tem sido registrado em todo o Paraná e em outros Estados brasileiros.
Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde informou o registro do primeiro óbito em decorrência de dengue na cidade. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, em Paranaguá, nos últimos sete meses foram confirmados 98 casos da doença. O ano epidemiológico iniciou em agosto de 2022 e segue até julho de 2023.
O resultado do exame realizado pelo Laboratório Central do Estado foi divulgado na última sexta-feira, 17. A paciente de 42 anos, já fazia tratamento de uma doença pré-existente quando contraiu a dengue. O óbito foi registrado no dia 12 de março.
Além disso, dos 399 municípios paranaenses, 268 registraram casos confirmados de dengue e 374 apresentam notificações, de acordo com o último informe.
Para evitar novos casos da doença especialmente com o grave desfecho da paciente residente em Paranaguá é preciso que os cuidados sejam redobrados.
“Para prevenir a dengue é importante adotar medidas que evitam a reprodução do mosquito transmissor, como eliminar objetos que acumulem água parada como pneus, garrafas e plantas. Além disso, é importante aplicar larvicidas nos locais que são focos de água parada, sendo primordial que essa aplicação seja feita por profissionais capacitados”, destaca o Biólogo Caio Fernandes.
Para falar sobre a doença, seus sintomas, formas de prevenção e tratamento, o Portal Mais Notícias também bateu um papo com o médico parnanguara João Felipe Zattar.
“Entre os sintomas que devem ser observados estão as dores articulares, dores musculares, dor de cabeça em especial a dor de cabeça atrás dos olhos, febre em alguns casos. Pacientes que têm a imunidade comprometida, como aqueles que fazem tratamento de combate ao câncer, por exemplo, podem ter dengue sem febre. Também há casos em que o paciente fica com manchas vermelhas pelo corpo e com coceira”, diz o médico.
Segundo ele, é preciso ficar atento aos sintomas e procurar ajuda de um profissional de saúde o mais rápido possível, antes que a doença evolua.
“O interessante é procurar um médico no início, quando você começa com dores no corpo e com quadro de febre associados. Na maioria das vezes, é pedido um teste para confirmar a doença, como teste de sorologia para dar o diagnóstico. Isso é necessário porque junto com a dengue, vemos outras doenças acontecendo atualmente como a Influenza e a Covid-19”, acrescenta o profissional da saúde.
Já o tratamento deve ser feito com um remédio específico para cada sintoma, pois ainda não existe um medicamento próprio para ser usado durante o tratamento contra a dengue.
“O tratamento é basicamente sintomático, além do acompanhamento e observação do paciente do começo ao fim da doença, ainda não existe uma medicação específica para a dengue, por isso, são usados analgésicos para as dores, antitérmicos para a febre e remédios para acabar com episódios de vômito. A hidratação também é fundamental, mas deve ser feita sem exagero e de forma específica para cada paciente. Em média entre 5 a 10 dias a pessoa está melhor”, pontua doutor João Felipe.
O médico também cita a importância da prevenção, que é basicamente evitar os focos do mosquito transmissor, o aedes aegypti.
“A prevenção é acabar com os focos do mosquito transmissor, evitar água parada em casa, nos quintais, sempre olhar nos locais mais escondidos como atrás da geladeira, colocar telas nas janelas e usar o repelente”, reforça ele.
Vale lembrar que em sua forma mais grave, a dengue pode sim, levar ao óbito. Por isso, é necessário ficar atento para a evolução da doença.
“A forma mais grave da doença é a Síndrome do Choque da Dengue e Febre Hemorrágica, mais conhecida como Dengue Hemorrágica. Os sintomas devem ser observados e a ajuda médica deve ser procurada de imediato, entre os sintomas: dor abdominal intensa, vômito que não melhora, retorno da febre entre o 5º e 7º dia, aparecimento de sangramento na gengiva, urina ou nas fezes, presença de confusão mental ou quadro de edema (inchaço). É válido ressaltar que pessoas que já tratam diabetes, deficiências cardíacas ou nos rins, por exemplo, devem estar em constante acompanhamento”, alerta o médico.