Um dado preocupante tem deixado as autoridades da área de saúde do Paraná em alerta: é cada vez mais baixa a adesão de vacinas que previnem doenças de fácil contágio como: poliomielite, difteria, sarampo, tuberculose e hepatite.
Essas doenças são consideradas erradicadas, no entanto, podem voltar a circular no Brasil devido a queda brusca da cobertura vacinal, segundo dados de um estudo encabeçado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Vale lembrar, que o Brasil é referência em cobertura vacinal graças ao Programa Nacional de Imunização (PNI). O PNI possibilita o acesso à vacinação gratuita através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Como o índice de pessoas vacinadas contra estas doenças vem caindo com o passar dos anos, há a possibilidade da volta desses agravos em território brasileiro, por meio da exposição de pessoas não vacinadas. Segundo a SESA, no Paraná, houve a queda da vacinação especialmente entre crianças e adolescentes, o que vem sendo notado desde 2015, mas que se intensificou após o início da vacinação contra a Covid-19. Por isso, os cuidados devem ser redobrados entre os pais e responsáveis, com relação a carteira de vacinação dos menores.
Entre as vacinas menos procuradas no Paraná está a da BCG, que confere proteção contra a tuberculose e a vacina contra a poliomielite, que previne a paralisia infantil.
“Mesmo com essa grande campanha de imunização na pandemia, os índices de cobertura vacinal como um todo caíram em todo País nos últimos anos. A erradicação de algumas doenças trouxe a falsa ideia do desaparecimento total. Um bom exemplo disso é o sarampo, que em 2018 voltou a circular no Brasil. O Paraná, que estava há mais de vinte anos sem registro da doença, teve um surto de 2019 a 2020 com mais de 1,7 mil casos confirmados”, pontua o Secretário de Estado da Saúde, César Neves.
O Ministério da Saúde ressalta ainda que a cobertura vacinal considerada ideal é de no mínimo 90% para a BCG e Rotavírus e de 95% para os outros imunizantes do calendário vacinal. Já a vacina da Hepatite B, que é aplicada logo após o nascimento, teve uma queda de mais 55% na aplicação. O estudo evidencia ainda que em 2021 a cobertura estava em 57,18%, e em 2015 foi de 88,74%.
Outra vacina que é aplicada logo ao nascer e protege contra a tuberculose, a BCG, registrou, em 2015, uma adesão de 100% da população infantil. Por outro lado em 2021, a cobertura despencou para 77,23%, uma redução de mais de 20 pontos percentuais.
A Tríplice Viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e rubéola, é aplicada aos 12 meses de idade. A cobertura vacinal foi de 90,55% em 2015, e em 2021, a adesão foi de 82,45%.
A Pentavalente, que é aplicada aos dois, quatro e seis meses e protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus Influenzae B teve uma baixa de quase 20 pontos percentuais; em 2015 a cobertura vacinal foi de 94,4%, enquanto em 2021 o percentual ficou em 78,23%. Já contra a paralisia infantil, a aplicação da vacina da Poliomielite registrou redução de 90,5% para 77,19% entre 2015 e 2021.
Com dados da AEN