Covid-19: Anticorpos adquiridos com a vacina podem ser repassados através da amamentação

A parnanguara Bruna Carolina desistiu do desmame após ler pesquisas sobre o tema. Crédito da foto: Enviada pela entrevistada

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP e publicada no Physiological Reports mostrou que a amamentação pode ajudar na prevenção de bebês contra a Covid-19 e também auxiliar no combate de distúrbios gastrointestinais associados à doença.

Segundo a professora Patrícia Gama, pesquisadora do Instituto, o leite materno possui uma série de moléculas que vão além dos anticorpos sendo importantes para a proteção contra inúmeras doenças, inclusive a Covid-19.

“As moléculas presentes no leite fazem com que o bebê possa ter um quadro reduzido de sintomas e de consequências, se for infectado. Ele ainda não tem um sistema imunológico formado e depende, justamente, do leite, para que a mãe forneça a ele todas essas moléculas. Por isso, a amamentação é uma ponte tão importante para se garantir o crescimento e o desenvolvimento adequado”, ressalta a pesquisadora.

Outra novidade descoberta em pesquisas recentes é que a vacina permite que os anticorpos, ao passarem por um processo chamado “soroconversão” no corpo das mães, sejam enviados para o bebê. Segundo Patrícia, apesar de muitos recentes, os estudos “vêm sugerindo que, sim, esses anticorpos derivados da soroconversão da mãe, após a vacina, também passam para o bebê pelo leite”.

A parnanguara Bruna Carolina, é mãe de Noah de 2 anos de idade. Ela que ainda amamenta, decidiu cancelar o desmame depois de pesquisar que os anticorpos adquiridos com a vacina contra a Covid-19 poderiam ser repassados para o bebê.

Bruna recebendo a vacina contra a Covid-19 e em seguida amamentando. Crédito da foto: Enviada pela entrevistada

“Quando começaram as pesquisas sobre as vacinas fiquei acompanhando as respostas em grávidas e lactantes, e a importância que tinham nesses casos. Descobri sobre uma campanha nas redes sociais chamada lactantes pela vacina, na qual várias mães se juntaram virtualmente para fazer um “mamaço virtual” e levantar a hashtag #lactantespelavacina e garantir que fossem grupo prioritário já que a vacina protegeria duas pessoas ao invés de apenas uma”, explica ela.

Durante as pesquisas sobre o assunto, Bruna tem aprendido muito. “Alguns estudos confirmam que os anticorpos gerados através do leite podem reduzir a infecção em bebês caso eles sejam infectados pelo vírus. Esse processo é chamado soroconversão e acontece no corpo da mãe logo após a vacina.”

Ciente da importância da amamentação, especialmente no momento atual que a humidade está vivendo, ela deixa um recado para que outras mães não desistam de amamentar.

“A OMS recomenda a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida e após a introdução alimentar até os 2 anos no mínimo. Crianças menores de 2 anos não podem usar máscaras devido ao risco de sufocamento e ficam expostas ao vírus diariamente, tomando a vacina você não protege apenas a si mesma, mas também outro ser humano que precisa dos seus cuidados e é de sua responsabilidade, se existe uma forma de se proteger e o proteger, faça! Vacina salva vidas!”, completa Bruna.