Dia do Câncer: Conheça a história de Vinícius Mendes, parnanguara que venceu a doença

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O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.

Para o parnanguara Vinícius Mendes, essa data jamais passará em branco. Ele viveu momentos muito difíceis após a descoberta de um câncer no intestino/reto e foi uma longa batalha, que felizmente teve um final feliz.

“No começo foi um desconforto, pensei que era uma gastrite ou coisa do tipo ainda aguentei uns meses, mas depois comecei a ir ao banheiro várias vezes ao dia, emagreci muito rápido e no final quando começou a sair sangue sabia que algo simples não era. Fui em vários médicos, iniciei em Curitiba o tratamento onde não tive a evolução desejada e acabei indo para São Paulo”, recorda Vinícius.
Vinícius durante o tratamento

Ele continua. “Quando se trata de uma doença, seja ela qual for, é difícil, não é fácil. Comecei colocando um catéter (Port-a-Cath), pois meu diagnóstico já era fazer quimioterapia e radioterapia, é através desse cateter que nós recebemos a quimioterapia, fiz radioterapia antes, algumas vezes, foi tranquilo por fora, mas a rádio por dentro queima, tive a bexiga perfurada. Sempre que ia fazer as quimios passava mal com febre, dor, sem me alimentar, não consegui fazer várias vezes, tomava soro. Foram várias internações e em uma delas, cheguei em casa de manhã e a noite voltei para o hospital. Fiz duas cirurgias de emergência em cinco dias, na primeira vez colocaram a bolsa de Ileostomia, criada cirurgicamente para desviar o fluxo do intestino delgado, dessa vez fiquei 21 dias internado, foi tenso, não comia, passava mal, tomei bolsa de sangue, de plaqueta, usei medicamentos fortes. Me deram banho na cama, me ajudavam para levantar, ir ao banheiro. Devido a essas duas cirurgias de emergência, eu comecei a urinar coágulos de sangue, aí eu já estava começando a me tratar em São Paulo. Foi quando as coisas começaram a tomar um rumo diferente”, destaca ele.

Para Vinícius, desistir não era uma opção, mas muitas vezes a agressividade do tratamento trazia grande desânimo.

“Eu nunca quis morrer, mas eu entendo quem desiste, a dor é muito grande, você quer se livrar dela, quer dormir, não quer comer, toma morfina e a dor não passa, só que eu não queria desistir, minha mãe me ajudou muito a não desistir. Desanimar você desanima muitas vezes, por isso tive acompanhamento psicológico no hospital e em casa, isso ajuda também, mas minha família, meus amigos e meus colegas de trabalho estavam comigo o tempo todo”, conta Vinícius.

A decisão de continuar o tratamento em São Paulo veio através dos amigos e foi determinante para que a evolução do caso começasse a aparecer.

“Meus amigos do nosso time de futebol, o Feneme e meu gestor tiveram a ideia de eu ir me tratar com o cara, a referência da Oncologia no Brasil, Dr. Fernando Maluf. Meus amigos encabeçados pelo Acyr, Flavio, Juninho e também o Fábio. Se nós de Paranaguá achamos que em Curitiba o tratamento é bom, em São Paulo não tem comparação, é muito, muito melhor. Aos poucos, o tratamento começou a fluir, claro, continuou com algumas complicações, mas não precisei fazer mais uma cirurgia na bexiga, na qual, eu perderia 50% ou 30% dela. Na medida em que o tempo passava, tudo foi cicatrizando sozinho, e para quem faz quimioterapia isso nao é comum, mas como dizem: a fé move montanhas e assim foi”, relembra Vinícius.

Os amigos do Feneme foram essenciais

A partir daí não demorou muito para que as boas notícias começassem a surgir. Até o dia em que a tão sonhada cura foi anunciada.

“O doutor disse assim: Eu só trato de gente que está doente, a partir de hoje você irá tratar com uma outra doutora que cuida dos casos de acompanhamento. Eu olhei para minha mãe, que ficou comigo este tempo todo e na hora passou um filme na cabeça, pois foi muita dor, muito sofrimento, muitas viagens até São Paulo deixando meus filhos, minha esposa, meu pai e toda minha família/amigos. A dor da doença é terrível, mas a dor da saudade é semelhante, se não for maior! Parecia que era mentira, depois de tanto sofrimento, mas agradeci muito a Deus, e a todos os médicos (SP/Curitiba), minha familia e amigos que ajudaram emocionalmente, financeiramente, com muitas rezas. É uma sensação difícil de descrever, pois é um riso com choro, alegria, alívio, uma mistura de sentimentos”, relata ele.

Para as pessoas que receberam o diagnóstico de câncer e muitas vezes se sentem desanimadas, Vinícius aconselha.

Vinícius e família

“Tenha Fé, tenha confiança, acredite que você pode, mesmo que você não ache uma alternativa, não desista, estão lutando por você. Fiz sete cirurgias em um ano, uma delas durou mais de 8 horas, não é para pensar: nossa coitado, é para ver que você também pode, eu vi pessoas piores do que eu e algumas melhores e quando conversávamos era um desejando o outro melhor e quando alguém tinha alta era pensando: uma hora sou eu que vou estar saindo de alta daqui. A mensagem que me ajudou muito foi: Até hoje eu vivi sobre a crença de que eu mesmo era dono da minha vida! Por favor, perdoe esse meu grave pecado. O verdadeiro dono da minha vida é o Senhor Deus, que habita em mim como a minha vida eterna!”, finaliza Vinícius.