Dia do Trabalhador em meio à pandemia é marcado pela luta dos autônomos para sobreviver à crise financeira e pelo alto índice de desemprego no mundo

1º de maio foi escolhido como Dia do Trabalhador em 1889. Crédito da Foto - Fundação Getúlio Vargas

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O Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, sempre foi marcado por relatos de luta e conquistas dos trabalhadores ao longo da história. A data foi escolhida em 1889 pela Segunda Internacional Socialista, um congresso que aconteceu em Paris e reuniu os principais partidos socialistas e sindicatos de toda Europa.

Os participantes deste encontro escolheram o 1º de maio como Dia do Trabalhador, para homenagear os operários que participaram de uma greve ocorrida na cidade de Chicago (EUA), na mesma data, no ano de 1886.   Na ocasião, milhares de trabalhadores reivindicaram a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Já no Brasil, a data foi consolidada em 1924 e a partir do governo de Getúlio Vargas, as principais medidas de benefício ao trabalhador passaram a ser divulgadas neste dia.

Desde o ano passado, o 1º de maio, deu ainda mais ênfase a luta dos trabalhadores de várias categorias, mas desta vez, à luta para sobreviver aos dias obscuros trazidos pela pandemia. O número de desempregados em todo mundo devido à crise financeira e o número de empresas e comércios que fecharam suas portas, são assustadores.

Segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a pandemia de covid-19 gerou a redução de 8,8% das horas de trabalho em todo o mundo, o que equivale a 255 milhões de empregos em tempo integral. A comparação foi com o último trimestre de 2019. O relatório foi divulgado em janeiro deste ano.

Assim como o resto do mundo a economia de Paranaguá foi afetada durante pandemia. Crédito da Foto – Vinícius Araújo

As mulheres foram mais prejudicadas que os homens na pandemia. Para elas, a perda de emprego ficou em 5% e para eles, em 3,9%. Já os setores mais afetados, foram os de hospedagem e alimentação. Nas duas áreas, houve redução de mais de 20% do emprego. Os setores do varejo e da indústria aparecem em seguida.

O empresário Anwar Hamud é proprietário de uma grande loja no setor do varejo, um dos mais afetados durante a pandemia, ele fez um balanço de como tem sido conviver com a crise financeira desde o ano passado.

“Como todo comércio, tivemos prejuízo, queda no movimento, devido ao grande número de decretos e restrições. No ano passado, nos saímos um pouco melhor, não demitimos ninguém, motivados pela pandemia e o auxílio emergencial do governo ajudou muito. Este ano as coisas estão sendo mais difíceis, apesar de não termos demitido, nos vimos obrigados a fazer ajustes, como as escalas de trabalho. O auxílio emergencial também veio tarde, o que afetou ainda mais as vendas”, completa o empresário.

Os pequenos comerciantes sentem ainda mais os reflexos da pandemia, como é o caso do seu Nelson Maritani, que vende espetinhos na Avenida Roque Vernalha. “Situação difícil, a pandemia atrapalhou muito a gente, nosso sustento é esse aqui e os decretos complicaram, porque a cada dia é emitido um decreto diferente e isso é muito ruim para todos nós e se fechar tudo de novo, não sei o que vai ser da minha vida, tenho conta atrasada para pagar, por causa de tudo o houve ano passado e esse ano”, lamenta seu Nelson.

Agora, a esperança dos profissionais, que de alguma maneira foram prejudicados devido a pandemia, é que a economia possa reagir, que novos postos de trabalho sejam gerados e que o 1º de maio, possa voltar a ser um dia de comemoração, de descanso e lazer para o trabalhador, que tanto merece e lutou por esse direito.

Casal espera ansioso por recuperação do comércio. Crédito Foto- Redes Sociais dos entrevistados

O casal Jéssica e William Cogrossi, é proprietário de duas lojas de moda masculina em Paranaguá e tem esperança de que dias melhores virão para todos os trabalhadores. “Particularmente nós deixamos nas mãos de Deus, estamos vivendo pela fé e pela vontade dele. Temos esperança que tudo isso passe, que as pessoas tomem consciência da gravidade da situação e possam aprender a viver e a lidar com isso”.