Infectologista esclarece as principais dúvidas sobre a H3N2

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No quadro Momento Unimed de hoje, vamos conferir uma entrevista com a especialista em infectologia, Dra Camila Lopes Ahrens. Ela esclarece todas as dúvidas e explica tudo o que você precisa  saber para se prevenir da nova cepa do vírus da gripe. Confira!

(Com apoio do setor de Comunicação e Marketing da Unimed Paranaguá )   

A gripe, como é chamada popularmente, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução de uma nova cepa do subtipo A(H3N2), batizada de Darwin. A primeira identificação da nova cepa no país foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em amostras provenientes da cidade do Rio de Janeiro.

Atualmente, são conhecidos três tipos de vírus influenza: A, B e C. Os dois primeiros são mais propícios a provocar epidemias sazonais em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma provocar alguns casos mais leves. O tipo A da influenza é classificado em subtipos, como o A(H1N1) e o A(H3N2). Já o tipo B é dividido em duas linhagens: Victoria e Yamagata. Embora possuam diferenças genéticas, todos os tipos podem provocar sintomas parecidos, como febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadigas.

A cepa Darwin (recém-descoberta na Austrália) faz parte do tipo A (H3N2). Nos últimos meses, ela contribuiu para um aumento de casos de gripe em um período atípico no Brasil – que, assim como os países do hemisfério sul, possui uma circulação maior do vírus influenza no inverno (entre julho e setembro).

Quais são os sinais e sintomas da Influenza H3N2? Tem diferença entre a gripe comum, Influenza e Covid?

O tempo de manifestação  dos sintomas e a principal caracteristica para ajudar a diferenciar as doencas. Casos de Influenza costumar ser intensos nas primeiras 48 horas após o inicio dos sintomas, ja  Covid-19 tem sintomas mais fortes a partir do quinto ou sexto dia de infecção.

A tosse também é um sinal que pode ajudar na identificação dos virus. Quando há gripe, a tosse é geralmente seca e para infeccoes por coronavirus a tosse costuma ser intensa e persistente.

A dificuldade respiratória, um dos sinais de alerta mais preocupantes, й uma característica da Covid-19 e indica que a procura por atendimento mйdico deve ser feita com urgência. Em casos de gripe, a dificuldade para respirar é mais incomum.

A perda de paladar e olfato também é um sintoma mais presente em pacientes de coronavirus. Pessoas com Influenza não costumam ter dificuldade intensa para sentir gostos e cheiros.

No entanto, é importante ressaltar que a confirmação de uma ou outra doença so pode ser feita por meio da testagem. Por isso, busque atendimento médico para que o quadro possa ser avaliado.

Quais são as medidas para prevenção do vírus de forma geral? E no ambiente de trabalho?

Os cuidados para evitar uma transmissão do coronavírus ou do H3N2 continuam os mesmos: usar máscaras, manter o distanciamento físico e a higiene das mãos.

As máscaras PFF2 têm alta eficácia e conseguem bloquear 99% das partículas aerossóis. O ideal é usar os modelos que possuem um elástico atrás da cabeça e mantê-los bem vedadas ao rosto.

A chamada etiqueta respiratória serve tanto para o coronavírus quanto para o vírus influenza: ao espirrar ou tossir, cobrir a boca e nariz com a dobra do braço, posicionando o cotovelo na frente do rosto. Caso espirre ou tussa com a mão na boca, higienize bem as mãos com álcool em gel antes de pegar na mão de outra pessoa ou em algum objeto.

Como é a gravidade dessa nova cepa? Quem são as pessoas com alto risco de desenvolver maior gravidade da doença?

A infecção pode levar ao agravamento e ao óbito, especialmente nos indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção (crianças menores de 5 anos de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais).
A gravidade da doença é maior quando surgem cepas pandêmicas, para as quais a população tem pouca ou nenhuma imunidade.

A vacina protege contra essa nova cepa?

Ainda não há vacina contra o virus H3N2, mas a atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição..

A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro. O reagente da cepa anterior reage como uma cepa nova. Então existe essa possibilidade, esse nível de proteção”.

Qual é o tratamento recomendado para as pessoas com Influenza?

Há um antiviral específico, que, se administrado precocemente, previne hospitalização e evolução para casos graves, o importante é fazer o diagnóstico precoce.

O atendimento médico deve ser procurado especialmente nos casos de febre elevada, desconforto respiratório, e pessoas com fatores de risco para complicações e persistência dos sintomas. Quadros leves podem ser tratados ambulatoriamente e sem sair de casa.