Jovem que morou em Paranaguá é vítima de tortura e cárcere privado, em Santa Catarina

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Uma jovem de 20 anos que morou em Paranaguá, e preferiu não se identificar, viveu quatro meses de terror nas mãos de um homem com quem tinha um relacionamento, aprisionada em uma casa de chácara na região rural do município de Timbó, em Santa Catarina.

Na última sexta-feira (20), após ter a perna e as costelas quebradas a golpes de barra de ferro e pauladas, ensanguentada e suplicando por socorro, a moça foi levada até o Hospital e Maternidade OASE, localizado no centro de Timbó, pelo companheiro e um vizinho que, após deixá-la na recepção, fugiu tomando rumo ignorado.

Na unidade de saúde, acolhida pela equipe médica, a vítima denunciou toda a tortura que vinha sofrendo nos últimos meses. Ela relatou que, após apanhar violentamente, foi obrigada a limpar toda a casa que estava suja de sangue, antes de ser socorrida pelo agressor.

De acordo com a mãe da moça, a família morou em Santa Catarina durante muitos anos e, recentemente, resolveu retornar ao Paraná, mais precisamente para Paranaguá, a fim de começar uma nova vida na região. Contudo, com a falta de emprego na cidade, em agosto de 2022, a jovem voltou sozinha para o estado vizinho e, no município de Criciúma, viveu e trabalhou por quatro meses, antes de conhecer e ir morar com o homem que se tornaria o seu algoz.

Conforme a família, o rapaz, apresentou-se como membro de igreja, um cidadão religioso, trabalhador e carinhoso. Contudo, com o passar dos dias, afastou-a da mãe e dos familiares, impedindo-a, inclusive, de ter redes sociais ou mesmo aparelho de telefonia celular.

A denunciante disse que sua filha sempre era fotografada de longe pelo marido, que provavelmente utilizava este subterfúgio para esconder as graves marcas das constantes agressões.

Em seu desabafo, à mãe, a jovem relatou que apanhava diariamente com uma barra de ferro, que era enforcada, furada com facas de cozinha e parafusadeira eletrica, que teve parte do crânio perfurado e era constantemente ameaçada de morte. “Ele cortou o cabelo dela, quebrou o queixo dela, os dentes traseiros, quebrou a perna e as costelas dela, ele pendurava ela em uma corda no teto”, afirmou a mãe da vítima, horrorizada com a situação de saúde da moça. “Ela está igual uma zumbi, uma morta viva, está toda apodrecida”, finalizou.

A jovem recebeu atendimento médico e já formalizou a queixa-crime junto à polícia judiciária catarinense.

Agora, formalizada a denúncia, a vítima ficará sob os cuidados da família e terá à sua disposição uma Medida Protetiva concedida pela Justiça. Ficará a cargo da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) instaurar uma investigação, a fim de levantar mais informações sobre o caso e, com ações de inteligência, localizar o paradeiro do autor deste crime bárbaro de violência doméstica.