MP-PR denuncia seis pessoas por manter homem em cárcere privado e sob tortura por oito horas

Crédito da Foto: RPC

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Na última segunda-feira (13), o Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da Promotoria de Justiça de Pontal do Paraná, ofereceu denúncia a seis pessoas que estão sendo investigadas por manter um homem em cárcere privado e sob tortura durante pelo menos oito horas em uma casa, em Pontal do Paraná.

Os acusados foram presos em flagrante no dia 26 de agosto, durante uma sessão do chamado “tribunal do crime”. A denúncia foi assinada pelo promotor Edson Ricardo Scolari Filho.

Segundo o promotor, a prática é utilizada por facções criminosas para cobrar dívidas e punir discordantes.

“O tribunal do crime é uma prática reiterada de facções criminosas que se utilizam de tortura e atos de violência para punir discordantes e cobrar dívidas geralmente de usuário de drogas. Nessa situação, a vítima foi localizada em uma residência em Pontal do Paraná amarrada e já estava sendo torturada há algumas horas. Também foram localizadas armas de fogo de uso restrito, veículo automotor furtado, balança de precisão, anotações do tráfico e  uma quantidade de drogas”, ressaltou Edson Ricardo Scolari Filho.

O promotor ainda destacou, que os crimes constatados no dia 26 de agosto podem acarretar a cada acusado uma pena aproximada de 40 anos de reclusão.

“No caso dos crimes imputados pela organização criminosa, como o tráfico de drogas, receptação, sequestro, cárcere privado, porte de arma de fogo de uso restrito, entre outros, as penas podem beirar os 40 anos de reclusão para cada denunciado”, completou o promotor.

Sobre o Caso:

A vida de um homem de 33 anos, foi salva graças a uma ação rápida das equipes da Polícia Militar na madrugada do dia 26 de agosto. Segundo informações da PM, ele estaria sendo julgado pelo tribunal do crime de uma facção criminosa no interior de uma residência, localizada no balneário de Monções, em Pontal do Paraná. Policiais da RONE participaram da operação.

A vítima estaria sendo acusada de traição por ter ligação com uma facção rival e também por acumular dívidas com o tráfico de drogas. O homem torturado reside em Alexandra.

Chegando no Balneário de Monções, as equipes da RONE, notaram um veículo Renault Clio saindo de um terreno baldio que ficava ao lado de uma residência. Ao consultar o carro, os policiais perceberam que ele estava com um alerta de furto no sistema de informações da SESP (Secretaria Estadual de Segurança Pública).

O veículo acabou sendo abordado e dentro dele estavam João Pedro Alves da Silva, 18 anos e uma mulher de 31 anos, que reside em Curitiba. Com os dois indivíduos nada de ilícito foi encontrado, no entanto, ao revistar o carro mais um pouco, foram encontradas uma faca e uma corda. Os dois foram indagados e a mulher acabou confessando que estava em uma casa onde ouviu que alguns suspeitos estariam tramando a morte de uma pessoa.

Diante da situação, os policiais se deslocaram para o endereço citado e encontraram um homem com uma pistola, que ao avistar as equipes, tentou fugir pulando uma janela e correndo para os fundos do terreno. Quando foi alcançado pelos policias, o homem jogou a pistola calibre 45 no chão, a arma foi apreendida.

As equipes entraram na casa e logo avistaram Cleidson Matheus amarrado. Ele relatou que a tortura começou na noite anterior, com chutes, pontapés, pauladas e ameaças de morte com uma arma. O plano do grupo era arrancar os dedos da vítima e depois executá-la.

Entre os detidos na operação: Fernando Alves da Silva, de 31 anos, morador da Vila Guarani, Daniel José Viana de 19 anos, morador do Jardim Iguaçu e Bruno Leonel Militão, de 19 anos, residente em Pontal do Paraná. As equipes também encontraram na casa : porções de cocaína, tabletes de maconha, pedras de crack, balança de precisão, material para embalar drogas, caderno com anotações do tráfico e dinheiro em notas miúdas.

Todos os envolvidos e o material apreendido foram encaminhados para o plantão da polícia civil.