Para celebrar os 60 anos do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE-UFPR) em grande estilo, duas exposições estão sendo preparadas para Paranaguá.
Na próxima quarta-feira (23), o local recebe as exposições: “Mestres do Fandango” e “Re-Tratos da Rua”.
“A primeira traz ao museu a riqueza do Fandango do litoral paranaense e a segunda oferece uma perspectiva singular sobre o cotidiano, por meio de imagens capturadas durante oficinas de fotografia com usuários dos CAPS AD de Curitiba (Centro de Atenção Psicossocial álcool e drogas)”, explica a organização.
A abertura será a partir das 16 horas e o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR está situado na Rua XV de Novembro, 575, Centro Histórico de Paranaguá. A entrada é franca.
Exposição “Mestres do Fandango”
A exposição “Mestres do Fandango”, realizada com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Paranaguá (SECULTUR), presta homenagem aos mestres fandangueiros do litoral do Paraná que tiveram contato com o MAE-UFPR, destacando seu papel na preservação e transmissão de sua viva cultura.
O Fandango, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, é realizado pelas populações caiçaras do país por meio de elementos como música, dança e instrumentos artesanais.
A história e a relevância cultural do Fandango são trazidas nesta exposição do MAE-UFPR através da apresentação dos mestres fandangueiros homenageados, por meio de fotos, com o objetivo de ressaltar a importância dessa tradição para as comunidades locais e sua relação com o próprio museu.
Exposição “Re-Tratos da Rua”
A mostra “Re-Tratos da Rua – A construção do olhar fotográfico de populações invisíveis”, instalada no Claustro do Museu em Paranaguá, oferece uma visão única das vidas e perspectivas de populações marginalizadas.
Invertendo a abordagem típica de outros projetos fotográficos — que em geral costumam retratar grupos sociais marginalizados a partir do olhar de um observador externo — o projeto “Re-Tratos da Rua” promoveu verdadeiras narrativas visuais através do olhar de pessoas em tratamento pelo abuso de álcool e outras drogas. As imagens proporcionam insights profundos sobre realidades cotidianas, muitas vezes negligenciadas.
Por meio de oficinas de fotografia que aconteceram entre 2014 e 2015, participantes do CAPS AD de Curitiba capturaram imagens que refletem sua visão pessoal de sua própria história nas ruas e seu entorno. Assim, a exposição desafia as abordagens tradicionais de fotografia documental, convidando o público a enxergar a realidade sob o olhar de um grupo marginalizado. Assim, originalmente desenvolvida pelo Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, a iniciativa teve como objetivo promover, através da fotografia, a inclusão social de usuários dos CAPS AD.
Já instalada no museu anteriormente em 2016, a exposição retorna ao MAE-UFPR revisada agora em formato itinerante, o que permitirá levar os resultados do projeto Re-Tratos da Rua para outros locais.