Os meses de junho, julho e agosto sempre foram bastante movimentados em Paranaguá. Para comemorar o aniversário do município (celebrado no dia 29 de julho), uma extensa agenda de festas populares era montada. Entre elas: Festa da Tainha, Feira das Nações e o tradicional Encontro Internacional de Motociclistas.
A Praça 29 de julho era o palco desses eventos, considerados os mais lucrativos por pequenos e grandes comerciantes. No entanto, esse já é o segundo ano consecutivo que as festas não são realizadas em virtude da pandemia de Covid-19, a última agenda de eventos aconteceu em 2019.
O cancelamento das festas trouxe muito prejuízo para quem via nela, uma oportunidade de ganhar um bom dinheiro extra, pois a maior movimentação turística do ano era registrada neste período, entre os meses de junho, julho e agosto.
A rede hoteleira foi um dos setores mais prejudicados com o cancelamento das festas, especialmente do Encontro Internacional de Motociclistas, que acontecia geralmente no mês de agosto. Milhares de turistas do mundo todo, vinham até Paranaguá para prestigiar a festa.
O empresário do ramo, Alysson Benvenutti destaca que o evento era o mais esperado por hotéis e pousadas. “O evento era bastante rentável para a rede hoteleira, era certeza que até três meses antes do encontro, o hotel já estaria lotado. A festa acontecia nos finais de semana e já na quinta-feira o pessoal estava por aqui”, destaca Alysson.
Além do cancelamento das festas em comemoração ao aniversário da cidade, a não realização da Festa de Nossa Senhora do Rocio também prejudicou a procura pelo ramo hoteleiro. “Ano passado sentimos porque além dessas festas outros eventos foram cancelados como a Festa do Rocio realizada entre outubro e novembro. Nosso público ficou restrito a quem vinha para trabalhar e ainda assim, a barreira sanitária também prejudica”, lamenta o empresário.
A tradicional Barraca do Portuga que vende guloseimas desde 1964 também não ficou de fora dos prejuízos gerados pelo cancelamento das festas, como explica o proprietário Renato Couto. “Chegamos a contar com 5 barracas distribuídas por vários pontos da Festa da Tainha, durante os 04 anos que participamos do evento. A sorte é que um pouco antes da pandemia, em janeiro de 2020 eu abri uma loja fixa, porque se estivesse dependendo somente de eventos, não sei o que faria”.
Falando em eventos, quem não teve alternativa foram os empresários que trabalham com o setor de sonorização, iluminação e demais estruturas necessárias para a realização de festas de grande porte, como era o caso da Festa da Tainha, Feira das Nações e do Encontro Internacional de Motociclistas.
“ Sem dúvidas, essas festas eram muito rentáveis para o nosso ramo de atuação, quando a pandemia começou eu consegui bancar sozinho meus funcionários por um ano, até que fui obrigado a reincidir o contrato de trabalho”, relata Gilmar José dos Santos produtor de eventos.
Outro setor muito afetado foi o de alimentação. Théo Frazeto é proprietário de uma hamburgueria em Paranaguá e durante as festas, levava parte da estrutura do seu empreendimento para a Praça 29 de julho.
“As festas sempre foram rentáveis, mas sempre trabalhamos com uma grande equipe e de forma muito organizada. Com o cancelamento deixamos uma equipe de pelo menos 18 pessoas esperando um ganho extra, o que ajuda e muito na renda familiar de cada um”, comenta Théo.
O empresário ainda destaca que não vê a hora que os eventos sejam retomados. “Não vejo a hora dos eventos serem retomados, o setor envolve muito mais gente, uma mão de obra muito maior do que se imagina, vai muito além, do que o público consegue enxergar”, finaliza.