Força de vontade, garra e superação. Esses adjetivos definem muito bem Jean Carlos Dias, paratleta da Associação Paralímpica de Paranaguá (APP). Mesmo sem os dois braços, Jean sempre venceu os desafios impostos pela vida, o último deles foi a Meia Maratona Ecológica de Pontal do Paraná, realizada no dia 20 de fevereiro.
O atleta era o único dentre os 250 participantes, com deficiência e mesmo assim, conseguiu o 11º lugar no pódio na prova dos 6 km. Jean também já conquistou o título de recordista estadual e brasileiro, na última edição do PARAJAPs, durante a prova dos 1500m.
Os ótimos resultados são motivo de orgulho para Silmara França, professora e técnica da Associação Paralímpica de Paranaguá (APP).
“ Vi que estamos no caminho certo. Ele está na Associação não tem nem um ano. Sua evolução é notável diante da sua disciplina. Jean é aplicado e principalmente acredita no meu trabalho. Ser técnica mulher as vezes gera um certo descrédito por alguns atletas homens e não é o caso dele. Ele acredita, se dedica, sabe onde quer chegar e compreende que para isso é preciso empenho”.
Para Silmara, ver Jean competir de igual para igual, com pessoas sem deficiência é uma enorme prova da sua superação diária no esporte.
“Participar do evento na prova de 6 km foi para testarmos o seu desempenho e saber se há ajustes para os próximos treinos. As provas oficiais do Jean são 1500 metros e 5km. Correr os 6 km surpreendeu! O campeão Brasileiro nos 5km no Paralímpico tem um tempo maior que o dele nos 6km, ou seja, se ele competisse hoje nos 5km no Paralímpico ele seria o campeão na prova. Para o Jean, que não possui os dois braços, o esforço é dobrado pois precisa controlar a sua passada para manter o equilíbrio. Ainda mais em solo de areia que é pesado e irregular”, explica a técnica.
E quem pensa que Silmara e Jean estão satisfeitos, se engana. Em breve, tem mais desafio chegando.
“Ele irá participar em novembro deste ano do Parajap’s: Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná, além dos Meetings de atletismo que é um evento do Comitê Paralímpico Brasileiro em busca de índices. Enquanto isso, continuamos nas preparações e se houver mais alguma corrida de rua, ele participa como uma forma de teste e currículo”, conclui Silmara.