Profissão Motoboy: Atividade essencial e sem a valorização merecida

Com a pandemia, a profissão motoboy passou a ser considerada essencial. Crédito da Foto: Colatina em Ação

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 Uma profissão que durante muito tempo passou despercebida e que hoje é considerada uma atividade essencial. O trabalho dos motoboys, ganhou muito destaque do ano passado para cá, quando a maior parte dos comerciantes passou a atender apenas por delivery e, portanto, teve que investir na contratação desses trabalhadores para a entrega das mercadorias, em especial no ramo alimentício.

De acordo com um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, o número de entregadores e motoboys expandiu 3,5% em todo Brasil só em 2020. A pesquisa apontou ainda, que o país já conta com 950 mil motoboys e entregadores que atendem por aplicativos.

Os motoboys hoje, são essenciais na movimentação da economia. Graças a eles, podemos pedir a pizza do final de semana sem sair de casa e sem colocar nossa saúde em risco. Podemos comprar um medicamento sem tirar o carro da garagem e até encomendar roupas e calçados no conforto do nosso lar. Mas, mesmo com toda a importância da classe, ela ainda não é valorizada como deveria.

O motoboy Mauro William trabalha com entregas em Paranaguá e falou um pouco da profissão e sobre as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia. “Com a pandemia, aumentaram bastante as entregas, porém, também aumentou o número de entregadores, porque muitas pessoas ficaram desempregadas e viram nas entregas uma forma de sustento. A maior dificuldade enfrentada em nossa profissão, ainda continua sendo o trânsito, as pessoas não respeitam os motociclistas, infelizmente”, relata.

Motoboy relata que muitos clientes ainda não valorizam a profissão. Crédito da Foto: Enviado pelo entrevistado

Mauro William, ressalta que, a maioria dos clientes são gentis e cordiais durante as entregas, mas, que ainda passa por situações desagradáveis no exercício da profissão. “Os motoboys na maioria das vezes são bem recebidos pelos clientes, mas ainda temos muito a crescer. Existem pessoas ignorantes, arrogantes, as quais pensam que são melhores que nós motoboys, só porque elas estão pagando pelo serviço de entrega”.

Quando perguntado o que mais gosta na profissão, ele é enfático.” Na minha opinião, muitos motoboys não têm a entrega como renda principal, estão ali, porque gostam da profissão e pelo prazer de ver a alegria das pessoas ao chegar o alimento em sua casa, ou, até mesmo receber aquele documento pelo qual, esperam ansiosas”.

Trabalhar formalmente e com todos os direitos garantidos é o maior desejo de Mauro William e de grande parte dos colegas de profissão. ” Nosso maior desejo é ter a carteira assinada, a maioria ainda trabalha na informalidade e quando há algum imprevisto, como acidentes, as empresas não se responsabilizam, ficando todo o incômodo e prejuízo por conta do motoboy”, finaliza ele.