Psicólogo explica a origem e importância da campanha Setembro Amarelo

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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida em algum lugar do mundo. Falando em números nacionais, o Brasil é um dos países com maiores índices de transtornos mentais e emocionais.

Como uma forma de conscientização sobre este grave e importante assunto, em 2015, foi iniciada a Campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio. Vários países intensificam suas ações e medidas preventivas nesta época do ano, o Brasil está entre eles. Para falar sobre o assunto, o Portal E+ Notícias conversou com o Psicólogo Odamir Meira. Confira!

Doutor, no que consiste a campanha Setembro Amarelo?

Em 1994, um jovem americano de apenas 17 anos, chamado Mike Emme, tirou a própria vida em seu Mustang 1968 amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike, e a mensagem foi se espalhando mundo afora.

O carro era um Mustang 68, restaurado e pintado de amarelo pelo próprio Mike. Os pais de Mike, Dale Emmee Darlene Emme, iniciaram a campanha do programa de prevenção do suicídio “fita amarela”, ou “yellowribbon“, em inglês.

A campanha do Setembro Amarelo teve origem em 2015, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) em conjunto com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Juntas, elas se mobilizaram a fim de conscientizar a sociedade sobre a gravidade desse problema, dando origem ao Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, comemorado no dia 10 do mês.

De acordo com dados da OMS, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a sua própria vida em algum lugar do mundo, contabilizando mais de 800 mil mortes em razão de suicídio durante todo o ano. Ainda segundo a OMS, quase 100% desses casos estão associados a algum transtorno, doença ou sofrimento mental.

O suicídio é a segunda maior causa de mortes entre os jovens de 15 a 29 anos, e estima-se que aproximadamente 32 brasileiros tiram a sua própria vida todos os dias.

Brasil é um dos países com maiores índices de transtornos mentais e emocionais. Nesse sentido, a importância do Setembro Amarelo está em trazer à tona a necessidade de se quebrar o estigma que é falar sobre o suicídio não somente neste mês, mas durante todo o ano.

Muitos desses números poderiam ser evitados através de políticas de prevenção, o que torna ainda mais crucial que a informação seja disseminada com o propósito de educar e alertar a sociedade para o problema.

Qual a importância da campanha?

O Setembro Amarelo veio exclusivamente para conscientizar sobre a prevenção do suicídio e reduzir o estigma do sofrimento mental. Por isso, a campanha é importante. Afinal, ela divulga informações úteis para salvar vidas e desmistifica a necessidade de atenção e cuidado com os sentimentos.

Além disso, é uma campanha criada com o intuito de informar as pessoas sobre o suicídio, uma prática normalmente motivada pela depressão. Mesmo com tantos casos notórios, crescentes a cada ano, ainda existe uma expressiva barreira para falar sobre o problema. Por este motivo é importante neste momento aproveitando este espaço para poder falar sobre este assunto e buscar atingir mais pessoas de maneira informal, dar mais pistas, e que de repente possamos olhar ao nosso ambiente e salvar quem está perto, isso faz diferença.

Como identificar uma pessoa que está com indícios de intenções suicidas?

Para quem está pensando em suicídio ou conhece alguém que se sente suicida, é de fundamental importância aprender sinais de alerta de suicídio e se informar sobre como obter ajuda imediata e tratamento profissional. Qualquer um pode ser um herói, ao salvar uma vida – a própria ou a de outra pessoa.

Sintomas

Os sinais de alerta nem sempre são óbvios e podem variar de pessoa para pessoa. São apenas sinalizadores, não o diagnóstico em si, podendo nem estarem presentes e não indicarem necessariamente risco de suicídio. Mas como são comumente associados ao perfil, vale a pena serem observados e conhecidos. Algumas pessoas deixam suas intenções claras, enquanto outras mantêm os pensamentos suicidas e sentimentos ocultos.

Os sinais de alerta de suicídio ou pensamentos suicidas incluem:

Falar sobre suicídio – por exemplo, fazer declarações como “Eu vou me matar”, “Eu gostaria de estar morto” ou “Eu queria não ter nascido”;
Ausência ou abandono de planos futuros, desesperança;
Obter os meios para tirar sua própria vida, como comprar uma arma ou estocar comprimidos;
Isolar-se do contato social e querer ficar sozinho;
Apresentar mudanças de humor, como ser emocionalmente eufórico um dia e profundamente desencorajado noutro dia;
Se mostrar muito preocupado com a morte, a morte ou a violência, embora também o completo oposto também seja preocupante, como falar destes temas com desdém ou sarcasmos;
Sentir-se preso ou sem esperança sobre uma situação;
Aumento ou mudança do padrão de uso de álcool ou drogas;
Mudança importante da rotina normal, incluindo hábitos alimentares ou de sono;
Fazer coisas arriscadas ou autodestrutivas, como usar drogas, dirigir imprudentemente ou buscar brigas ou confusões perigosas;
Dizer adeus às pessoas como se não fosse vê-las novamente;
Demonstrar alterações de personalidade ou estar gravemente ansioso ou agitado, particularmente quando se sentem alguns dos sinais de alerta listados acima.