Saúde mental em tempos de pandemia: quando procurar ajuda?

Foto: Agência Brasil

Gostou deste conteúdo? compartilhe...

Facebook
WhatsApp
Email

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza suas próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de forma produtiva e é capaz de fazer contribuições à sua comunidade”. Porém, desde que foi declarada a pandemia do novo coronavírus, em março do ano passado, nosso dia a dia mudou radicalmente e, em meio à imposição de isolamento social e do medo da propagação do vírus mortal, especialistas têm observado o aumento de casos de transtornos psicológicos, das doenças relacionadas a eles e afirmam: não existe saúde completa se não há saúde mental. Excesso de tarefas, falta de perspectiva, insegurança econômica, o luto e até mesmo o período pós covid em alguns pacientes e seus familiares são alguns exemplos de fatores que agravaram o quadro das patologias psicológicas atualmente.

Consequentemente, a rotina dos consultórios especializados neste tipo de atendimento também mudou, como explica a Psicóloga Clínica Dra. Carla Chemure Cechelero Slongo. “A pandemia trouxe uma dinâmica diferente aos consultórios de psicologia, no início em abril de 2020 a procura era baixa, e os poucos pacientes que nos procuravam solicitavam o atendimento on-line, prática regulamentada pelo Conselho Regional de Psicologia. O medo do contágio era importante”. Tempos depois, ela afirma que o medo do contágio foi superado pela necessidade do apoio de forma presencial. “Com o passar dos dias a necessidade de atendimento presencial se tornou tão necessária que o medo do contágio foi superado pela necessidade de trabalhar a ansiedade e o medo presencialmente, tornando a rotina dos consultórios diferentes, passando a cumprir as regras postas pela OMS”.

A Psicóloga Dra. Carla Chemure Cechelero Slongo afirma: “Sem dúvida, a ansiedade e o prejuízo que ela causa é o que mais leva pessoas ao consultório”.

A Psicóloga também fala dos problemas mais recorrentes que está trabalhando com seus pacientes neste período, e o principal deles: a ansiedade. “Sem dúvida, a ansiedade e o prejuízo que ela causa é o que mais leva pessoas ao consultório. O Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas, já lidera este rank a algum tempo. A depressão também aparece como um dos principais motivos que levam a busca de atendimento psicológico, seguido por síndrome do pânico e transtorno de estresse pós traumático (TEP), este em pacientes que foram internados pela Covid-19 ou que perderam algum ente querido”.

Para continuar enfrentando esse período de medo e incertezas, as recomendações para os cuidados com a saúde física e mental continuam a valer: manter uma rotina de horários para as atividades diárias, descansar, se exercitar, alimentar-se bem, buscar atividades prazerosas. Porém, quando o sofrimento e os pensamentos negativos são intensos, insistentes e passam a atrapalhar a vida, é hora de procurar ajuda. “Deve procurar ajuda se sentir que, sozinho, não está dando conta de lidar com a situação e que passou a apresentar prejuízo no seu rendimento ou medo excessivo. Também quando acontece uma alteração no comportamento deste indivíduo, que deixa de realizar as atividades corriqueiras permanecendo mais tempo na cama, sono exagerado, pouca vontade de realizar as atividades, até mesmo de visitar os familiares, não deseja falar com ninguém, prefere ficar sozinho. Estes são sinais importantes que se deve buscar ajuda de um profissional de saúde mental”, orienta Dra. Carla.