Uma situação envolvendo o golpe do PIX, chamou a atenção nas redes sociais de Paranaguá nos últimos dias.
A vítima desta vez foi o comerciante da área alimentícia, Rodrigo Lawrence.
“A compra em questão foram duas sopas, a pessoa chegou a mostrar o comprovante de pagamento com todos os dados de referência. Dados completos do pagador e do recebedor, valor da compra e até banco de origem. Após encerrarmos o atendimento, e ao fechar o caixa, senti falta da quantia de R$ 46,00, ao verificar as compras do dia e percebi que o valor batia apenas com a de uma cliente, entrei no aplicativo do meu banco e não havia o recebimento com o nome desta cliente . Após observar com mais cautela, notei que não havia o código de transação descrito no comprovante, foi aí que pensei, algo errado aconteceu aqui”, conta Rodrigo.
A primeira iniciativa do comerciante foi entrar em contato com a pessoa responsável pela compra, mas sem sucesso.
“Ao perceber que o comprovante não havia o código de transação, entramos em contato com a cliente, solicitando o envio do comprovante, pois o mesmo enviado por ela não havia o código de transação e nesse caso eu precisaria entrar em contato com o meu banco para ver se algo estava errado, a mensagem deixada foi lida e ignorada”.
Rodrigo continua.
“Já no dia seguinte, enviamos novamente mensagem a cliente, pedindo para que ela nos desse um retorno para que pudéssemos resolver, novamente fomos ignorados. Na terceira tentativa, informamos a mesma que caso ela não nos desse um retorno, poderíamos achar que o que ela fez foi uma tentativa de estelionato e abriríamos um boletim de ocorrência, nesse momento ela novamente visualizou e nos bloqueou. Tentamos então entrar em contato via ligação a mesma atendia e desligava, até o número da loja ser bloqueado, e quando ligávamos de números aleatórios ela atendia e quando tentávamos conversar ela desligava. Foi aí que gerei um boletim de ocorrência, e resolvi expor a situação nas redes, quando vimos muita gente entrou em contato pois ela havia praticado o mesmo ato em vários estabelecimentos diferentes”.
Segundo o Delegado Chefe da 1º SDP de Paranaguá, Rogério Martins, apesar dos golpes envolvendo o pagamento via PIX não sejam tão frequentes em Paranaguá, todo cuidado é pouco.
“A modalidade de golpe mais comum ainda é a clonagem do número do WhatsApp das pessoas. Com isso, os criminosos têm acesso ao número de todos os contatos da pessoa e, fazendo-se passar por ela, solicita dinheiro aos seus contatos. A orientação da Polícia para quem foi vítima é procurar a Delegacia de Polícia mais próxima e fazer um Boletim de Ocorrência. Alternativamente, o Boletim de Ocorrência pode ser feito pela internet através do endereço https://www.policiacivil.pr.gov.br/BO”, explica o Delegado.
Doutor Rogério ainda dá algumas dicas para que os golpistas não façam novas vítimas.
“Algumas atitudes simples podem evitar que as pessoas se tornem vítimas desses golpes, são elas:
a) Ative a “confirmação em duas etapas” da sua conta do WhatsApp. Isso evita que a sua conta do WhatasApp seja clonada. b) Não acesse links recebidos por SMS, WhatsApp ou e-mail. c) Faça pagamentos utilizando apenas o aplicativo do seu banco; c) Mesmo que não pretenda fazer uso do PIX, cadastre as chaves mais comuns junto ao seu banco (número do CPF, e-mail, telefone). Isso evita que outras pessoas utilizem esses números como chave PIX e apliquem golpes usando os seus dados; d) Jamais faça pagamentos, transferências ou depósitos utilizado wi-fi público; e) Antes de efetuar qualquer pagamento esteja certo de que o depósito está sendo efetuado para o nome da pessoa com quem está fazendo o negócio. Não efetue pagamento para contas de terceiros; f) Desconfie de toda e qualquer loja de vendas pela internet que tem preço muito abaixo do valor de mercado do produto que pretende comprar. Da mesma forma, desconfie de lojas cujos endereços não terminam com “. com.br”.
O delegado ainda reforça.
“O PIX é uma forma de pagamento digital tão segura quanto qualquer outra, só que mais simples. Porém, o fato de ser simples não significa que cuidados não devam ser tomados. Assim como o caixa do supermercado confere se a nota que está recebendo é verdadeira, confira se o seu pagamento está indo para a pessoa ou a loja que que deve receber o seu dinheiro”.
Já o comerciante Rodrigo deixa um conselho para os comerciantes e empresários da região.
”O recado que deixo é, preste muita atenção nos comprovantes enviados, pois quando o comprovante não vem adulterado, os clientes mal intencionados mandam um print apenas da confirmação dos dados. Segundo, se você é comerciante e terceiriza a função de caixa e o seu caixa não tem acesso ao aplicativo bancário, não receba via pix, pois vale mais a pena enviarmos a máquina de cartão e “perdemos uma pequena porcentagem” do que passar por esse tipo de situação”, finaliza.
