No mês de abril, o Brasil registrou 11 milhões de recuperados da Covid-19, o que é uma ótima notícia. Por outro lado, aumentou também, o número de pessoas com a chamada Síndrome Pós- Covid, uma nomenclatura criada recentemente pela medicina e que serve para designar as pessoas que tiveram alguma sequela após a doença, o que segundo o médico parnanguara João Felipe Zattar, é algo muito comum.
“A gente estima, que a cada dez pessoas, que foram sintomáticas após a infecção pela Covid-19, sete apresentaram algum sintoma após os 14 dias da doença. O sintoma mais frequente da Síndrome Pós-Covid é o cansaço, seguido de dores articulares, tosse, problemas psíquicos e até de memória. Já o quadro da fadiga, pode existir até 6 meses depois da Covid”, destacou o médico.
A Síndrome Pós-Covid inclusive, foi o tema de pesquisa escolhido por Christiane Dalago, estudante de fisioterapia na capital do estado. Ela e a colega de turma Kelly Kuchla, estão elaborando um TCC (Trabalho de conclusão de curso), sobre o assunto.
“A pandemia gerou uma repercussão global e se tornou o assunto mais comentado do século, trazendo muitas incertezas, com base nessa repercussão e na necessidade de saber mais a respeito das consequências do vírus e principalmente pela vontade de contribuir para novas soluções no que diz respeito ao Covid-19, nos surgiu o interesse de saber quais foram as principais sequelas apresentadas pelos pacientes já recuperados, e ainda, saber o que estas sequelas afetaram nas suas atividades de vida diária”, explicou Christiane.
A pesquisa das estudantes ainda está em andamento, mas já trouxe à tona dados muito importantes sobre a Síndrome Pós-Covid.
“A pesquisa ainda está em andamento, mas já pudemos observar que mais de 60% dos pacientes não estão recebendo orientação alguma após a recuperação do vírus, mesmo tendo queixas como cansaço ao fazer atividades que antes executavam normalmente, dificuldade para respirar, dores no peito, fraqueza muscular e queda de cabelo. Percebemos também relatos de dificuldade em executar tarefas de raciocínio e memória. É importante que nesses casos os pacientes procurem seu médico ou fisioterapeuta que pode ajudar na recuperação da função pulmonar, muscular e cognitiva”, completaram as estudantes.
É o que afirma também, o médico João Felipe Zattar. Segundo ele, os pacientes com sequelas deixadas pela Covid-19 devem procurar auxílio de um profissional da saúde, o qual, poderá orientar sobre os tratamentos mais indicados naquele caso específico.
“ É o que chamamos de tratamento multidisciplinar, evitamos o uso de medicação, quase sempre é indicada a fisioterapia, tanto a respiratória como a de movimentos. A prática de exercícios para auxiliar no processo de recuperação, dieta alimentar com mais proteína e menos carboidratos e muita vezes, até a psicoterapia, levando em conta que muitos pacientes desenvolvem problemas psíquicos após a doença”, finalizou o médico.