Irael Gervazi Plantes, mais conhecido como Ira foi um ídolo do Rio Branco Sport Club na década de 90. Ele começou a jogar em 1993 e ficou no time até 2001. O que muita gente não sabe é que a fase responsável por muitas alegrias na vida de Ira, também trouxe à tona um problema que ele enfrentaria por mais de duas décadas: a dependência química.
Durante 24 anos, Ira viu o fundo do poço muitas vezes. Até tentou se reerguer, mas sozinho não foi possível. Depois de muitos anos de luta, ele resolveu pedir ajuda e conseguiu dar a volta por cima, neste momento, um novo capítulo da sua vida começou a ser escrito.
Hoje, com 53 anos, ele é diretor da Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos Jovem Betel, onde ajuda pessoas que enfrentam o mesmo problema a mudar de vida, usando seu exemplo de força e determinação.
Quer conhecer esta história de superação? Confira a entrevista!
Em que momento da vida entrou para o mundo das drogas?
Eu entrei no mundo das drogas quando ainda era jogador do Rio Branco. As pessoas me achavam um bom jogador, me convidavam para ir em festas e aí numas dessas festas, me ofereceram cocaína, na época pouco se falava sobre o efeito dela. Resumindo eu comecei a usar em 1993 e só fui parar em 2017, usei durante 24 anos.
Quando decidiu buscar ajuda?
Depois de uns 15 anos no mundo das drogas eu tentei parar, foram mais ou menos 9 anos tentando me livrar do vício, mas dificilmente você consegue sozinho eu já estava há muito tempo no fundo do poço e não enxergava.
Um dia saí do trabalho chorando, estava desesperado com a vida que estava levando. Neste momento, decidi pedir ajuda para meu irmão Eraldo, para o Rafael Gutierrez e para o Piu, pessoas importantes na minha vida. Neste momento decidimos que seria hora de me internar.
Como foi o período em que esteve internado?
As pessoas acham que é fácil ficar internado, não é. Na época eu pensava que me internando, as pessoas saberiam do meu vício e pensariam várias coisas ao meu respeito: “O Ira Guarda Municipal e ex-jogador usa drogas”, para mim não foi nada fácil, por isso, tentei me livrar disso sozinho várias vezes. Mesmo com as inseguranças, resolvi seguir em frente com o tratamento e foi a melhor decisão que tomei.
A vida depois de conseguir se livrar do vício com certeza mudou muito. Como está agora?
Minha vida mudou, casei, meu filho Isaac acabou de nascer e veio para me fortalecer a cada dia mais. Me batizei, hoje sou cristão e busco Deus todos os dias.
Você tem usado o seu passado de experiências para ajudar pessoas que passam pelos mesmos problemas. Quais são as ações que vem realizando?
Sou diretor da Clínica de Recuperação para Dependentes Químicos Jovem Betel. Além disso, sempre estou visitando as casas de famílias que precisam de ajuda para se livrar do vício. Hoje me coloco sempre à disposição para ajudar quem está tentado largar a dependência química.
Qual recado deixaria para as pessoas que estão tentando vencer a dependência química, mas muitas vezes se acham incapazes?
Acho que o principal recado é você assumir que precisa que ajuda, pois a dependência química é uma doença que exige tratamento diário. E colocar Deus a frente de tudo, sem ele, você não vai se livrar das drogas.
