O ano de 2023 começou marcado pela onda de violência em Paranaguá. O número de homicídios tem assustado e impressionando os moradores, que se sentem inseguros em transitar livremente pela cidade e até em frequentar eventos públicos.
Janeiro finalizou com 15 homicídios registrados em 31 dias, uma média de 1 assassinato a cada dois dias. Esse número alarmante representa um aumento de 650% em comparação com o mesmo período de 2022, quando ocorreram apenas duas execuções em todo mês de janeiro.
Veja os bairros de Paranaguá que apresentaram maior índice de violência no mês que passou. Cada região abaixo contabiliza 2 homicídios:
* Vila São Jorge
* Ilha dos Valadares
* Emboguaçu
* Embocuí
Cada região abaixo contabiliza 1 homicídio:
* Vila Rute
* Vila do Povo
* Vila Garcia
* Vila Santa Maria
* Colônia Quintilha
* Jardim Guaraituba
* Bairro Industrial
As estatísticas são ainda mais preocupantes quando comparadas com cidades de maior porte como Curitiba, um município 13 vezes maior que Paranaguá. Por lá, foram registrados 18 homicídios em janeiro de 2023.
Se formos levar em consideração o número de habitantes de Paranaguá, a média é de 1 assassinato a cada 10.400 moradores.
Confira a cronologia dos homicídios registrados em janeiro de 2023:
04/01: Herivelton de Morais (Chokito) de 33 anos estava foragido da polícia e foi encontrado baleado no Mar de Lá, Ilha dos Valadares.
05/01: Winderson Roberto Costa Dembiski, de 22 anos foi morto a tiros na Estrada da Quintilha, zona rural de Paranaguá.
05/01: Bruno da Silva Vicente de 29 anos foi vítima de disparos de arma de fogo na cabeça, o crime ocorreu no bairro Emboguaçu.
07/01: Gustavo Almeida Barbosa de 20 anos não tinha antecedentes criminais e mesmo assim não escapou da onda de violência. Ele foi executado na Vila Santa Maria.
10/01: Luciano dos Santos Teixeira, 26 anos foi morto a tiros dentro de casa na Vila Garcia.
14/01: Um menor de 16 anos morreu no Hospital Regional após ser baleado na Vila São Jorge.
14/01: Erick Fernandes da Silva, de 30 anos foi morto na Rua Tufi Maron no Bairro Emboguaçu.
14/01: Douglas Oliveira Aquino, de 22 anos, que era militar do exército foi morto a tiros dentro do carro na Vila do Povo. A morte causou muita comoção em Paranaguá.
17/01: Os restos mortais de Thiago Clarindo Adão de 19 anos foram encontrados no antigo lixão localizado no bairro Embocuí. O corpo foi achado com uma faca cravada no pescoço.
21/01: Jonas Cordeiro Junior (Juninho Play), 33 anos, foi executado na Ilha dos Valadares.
21/01: Miriã dos Santos de Lima, de 26 anos, foi a primeira mulher morta em 2023. Ela foi executada na Vila Rute.
25/01: Bruno da Silva Monteiro Pavão, 28 anos, foi morto com 15 tiros na Vila São Jorge. Ele estava com uma corda no pescoço e com os pés amarrados.
28/01: Elias Rafael Santos Ribeiro, 38 anos, foi morto com um tiro no peito no Bairro Embocuí.
30/01: Ruan Luiz Mendes Baltazar , 26 anos, foi assassinado a tiros e com facadas no Jardim Guaraituba.
31/01: Natasha Guimarães Paes Lemes, 21 anos, foi assasinada a facadas no Bairro Industrial. Essa foi a última morte registrada em janeiro.
Homicídios em janeiro de 2022:
Em janeiro de 2022 foram contabilizados apenas dois assassinatos. O primeiro homicídio registrado foi no dia 9 de janeiro, quando Matheus de Paula Cordeiro, 27 anos, foi morto com três disparos de arma de fogo em frente a um clube social de Paranaguá.
O segundo e último assassinato registrado em janeiro do ano passado foi no dia 28. Na ocasião, o carro onde estava Bruno José Amâncio de 32 anos foi alvejado com cerca de 15 disparos de arma de fogo. Ele não resistiu aos ferimentos, mas a mulher que estava junto no veículo saiu ilesa.
O que diz a Polícia Civil:
O delegado da 1ª subdivisão da Polícia Civil em Paranaguá, doutor Rogério Martin de Castro, falou sobre o crescimento exorbitante da violência na cidade.
“A julgar pela quase totalidade dos homicídios verificados no mês de janeiro deste ano, a causa deste aumento se deve ao acirramento da disputa entre duas organizações criminosas em atividade no município envolvendo o tráfico de drogas. A grande maioria das vítimas era faccionada, ora de uma, ora de outra facção criminosa”, explica o delegado.
Doutor Rogério também destacou as ações que a polícia tem colocado em prática para inibir a onda de violência.
“O Departamento de Polícia Civil, ciente e sensível ao crescimento verificado, cedeu temporariamente investigadores especializados no combate a essa prática criminosa, e ainda removeu em caráter definitivo, dois novos Delegados que se somarão aos profissionais já em atividade na 1a. Subdivisão, de forma a aumentar a produtividade e efetividade da Polícia Civil em Paranaguá”, conclui o delegado.